Policial

Ex-vice-prefeita suspeita de mandar matar prefeito no interior do RN é presa no Paraguai; a irmã dela, ex-vereadora também foi detida

22/08/2025

Foto: Ex-prefeito Marcelo Oliveira, a ex-vice-prefeitaDamária Jácome e a irmã dela, ex-vereadora Leidiane Jácome

 

A ex-vice-prefeita da cidade de João Dias, Damária Jácome, suspeita de mandar matar, em agosto do ano passado, o então prefeito da cidade, Marcelo Oliveira (União Brasil), foi presa nesta quinta-feira (21) no Paraguai. A irmã dela, a ex-vereadora Leidiane Jácome, outra investigada pelo crime, também foi detida.

Marcelo e Damária disputaram juntos a campanha eleitoral de 2020 e foram vitoriosos, ele como candidato a prefeito e ela, vice-prefeita. Ambos representavam famílias tradicionais na cidade, lideradas por Sandi Oliveira (pai de Marcelo) e Laete Jácome (pai de Damária e vereador).

A informação foi confirmada pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte. O pai de Marcelo Oliveira, Sandi Oliveira, também foi assassinado no crime, que ocorreu durante a campanha eleitoral de 2024.

Foto: Ex-prefeito Marcelo Oliveira e o pai dele Sandi Oliveira, ambos assassinados

 

As prisões ocorreram em Ciudaddel Este. Um terceiro suspeito, que teria atuado como intermediador na contratação dos executores, “desempenhando papel central no planejamento do crime”, segundo a polícia, também foi detido com as irmãs.

Damária Jácome foi vice na chapa de Marcelo Oliveira nas eleições de 2020 e concorreria ao pleito de 2024 contra ele. Ela e a irmã eram consideradas foragidas pela polícia desde o ano passado.

Segundo a Polícia Civil, o assassinato foi motivado por uma disputa política e familiar no município, que tem pouco mais de 2 mil habitantes.

Em dezembro do ano passado, a polícia prendeu um pastor evangélico apontado como um dos mandantes, que teria ajudado a planejar o crime. Outras cinco pessoas já tinham sido presas suspeitas de participar da execução do crime.

A família de Laete já era investigada por crimes como o de milícia privada. Durante a campanha eleitoral de 2020, ele foi preso em flagrante por posse ilegal e receptação de armas. Damária também foi considerada foragida da polícia, na época.

Cerca de 7 meses após tomar posse do cargo, Marcelo pediu afastamento da prefeitura e Damária assumiu a gestão municipal em julho de 2021.

Em 2022, o prefeito afastado afirmou à Justiça que foi coagido pela vice-prefeita, além do pai e irmãos dela, para deixar o cargo. Em outubro daquele ano, uma decisão da desembargadora Maria Zeneide Bezerra, do Tribunal de Justiça do RN, determinou o retorno imediato de Marcelo Oliveira à prefeitura.

Em dezembro de 2022, Damária e Laete Jácome foram afastados dos cargos e tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça. À época, os dois negaram qualquer tipo de extorsão contra o então prefeito da cidade e alegaram que ele teria renunciado por motivação própria.

Segundo a polícia, a acusação de Marcelo e o retorno dele ao cargo gerou uma cisão política e pessoal entre as famílias.

Ainda de acordo com o delegado Alex Wagner, a família da vice-prefeita e da vereadora atribuía ao prefeito a morte de dois irmãos em confronto com a polícia na Bahia e a prisão de um terceiro em 2022. Eles tinham mandados de prisão abertos por tráfico de drogas.

“Eles começaram a imputar a Marcelo, que estava entregando a localização dessas pessoas. Além de que houve a apreensão de um fuzil na cidade, que também se imputava que Marcelo teria entregue (a localização)”, disse o delegado.

Patriarca da família da vice-prefeita, Laete morreu de causas naturais no primeiro semestre de 2024.

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