Manifestações por anistia a presos pelo 8/1 acontecem hoje; entenda motivo e quem apoia

Publicado em: 16/03/2025

Direita trabalha em duas manifestações em prol da anistia a condenados pelo  8 de Janeiro – Noticias R7                           Foto: Joedson Alves/Agencia Brasil

 

Lideranças de direita no Brasil vão às ruas neste domingo (16) para manifestações a fim de pressionar o Congresso Nacional a aprovar o projeto de lei que anistia os condenados pelos atos extremistas ocorridos em Brasília em 8 de janeiro de 2023. Às 10h, está previsto um ato em Copacabana, no Rio de Janeiro, convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Às 14h, devem acontecer outras manifestações, sem o apoio de Bolsonaro, na Avenida Paulista, em São Paulo, e em cerca de 200 cidades (leia mais abaixo).

Além da anistia, o ato convocado por Bolsonaro deve ter protestos em prol da liberdade de expressão e contra o julgamento na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a denúncia contra o ex-presidente pela suposta participação dele em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Deputados e senadores do PL, partido de Bolsonaro, foram convocados para a manifestação no Rio. Além disso, conforme apurou o R7, ao menos três governadores confirmaram presença: Cláudio Castro (PL-RJ), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Jorginho Mello (PL-SC). O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), ainda avalia se vai.

O R7 procurou outros governadores considerados aliados de Bolsonaro. Ratinho Jr. (PSD-PR) informou que não vai à manifestação, apesar de dizer concordar com a anistia. “Não vou. Nunca fui a esses eventos. Acho que a anistia deve ser revista, tem gente injustiçada, mas não vou”, declarou. Romeu Zema (Novo-MG) não retornou até a publicação desta reportagem.

Segundo apurou o R7, o evento deve ter os discursos de Bolsonaro e das seguintes autoridades: os deputados federais Gustavo Gayer (PL-GO), Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP); os senadores Magno Malta (PL-ES) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ); e os governadores Cláudio Castro e Tarcísio de Freitas.

Neste domingo, devem comparecer ao ato no Rio:

Jair Bolsonaro

Valdemar Costa Neto, presidente do PL

Governador Cláudio Castro

Governador Tarcísio Freitas

Governador Jorginho Melo

Governador Mauro Mendes

Senador Flávio Bolsonaro

Senador Magno Malta

Senador Portinho

Senador Rogério Marinho

Senador Bagatoli

Senador Izalci Lucas

Senador Wilder

Senador Wellington Fagundes

Senador Cleitinho

Deputado Eduardo Bolsonaro

Deputado Marcio Alvino

Deputado Nikolas Ferreira

Deputado Altineu Cortês

Deputado Sostenes Cavalcante

Deputado Gustavo Gayer

Deputado Coronel Zucco

Deputado Hélio Lopez

Deputado Rodrigo Valadares

Deputado Estadual Anderson Moraes

Deputado Estadual Gualberto

Presidente ALESP, André do Prado

Deputada Chris Tonietto

Vereador Carlos Bolsonaro

Vereadora Priscila Costa

Viúva de Clezão (preso do 8 de Janeiro que morreu no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília), com 2 filhas

Prefeito de Cuiabá (MT) Abílio Brunini

Deputado Distrital Thiago Manzoni

Deputado Federal Capitão Alberto Neto

Deputado Federal Carlos Jordy

Deputado Federal Rodolfo Nogueira

Deputado Federal Bibo Nunes

Deputado Federal Maurício do Vôlei

Deputado Estadual João Henrique (PL/MS)

Deputado Federal Allan Garcez

Deputado Estadual Carmelo (Pres PL Jovem)

Vereadora Bella Carmelo

Deputado Estadual Caporezzo (PL/MG)

Deputado Estadual Rogério Barra (PL/BA)

Deputado Federal Delegado Éder Mauro

Deputado Federal Adilson Barroso

Delegado Federal Delegado Caveira

Deputado Federal Cherini

Deputado Federal Paulo Bylinsky

Deputado Federal Evair de Melo

Ex-ministro João Roma

Ex-ministro Marcelo Queiroga

Deputado Federal Cabo Gilberto Silva

Deputado Federal Maurício Carvalho

Deputado Federal Capitão Alden

Deputado Federal Sargento Fahur

Deputado Federal Davi Soares

Deputado Federal Coronel Chrisostomo

Deputado Federal Reinold Stephanes

Deputado Federal Sanderson

Deputado Federal Roberto Monteiro

Deputado Federal General Girao

Deputado Federal Júnior Amaral

Deputado Federal André Fernandes

Deputado Federal Sargento Gonçalves

Deputado Federal Gilvan da Federal

Deputado Federal Pastor Jaziel

Deputado Federal General Pazuelo

Deputado Federal Pastor Eurico

Deputado Federal Mario Frias

Deputado Federal José Medeiros

Deputada Federal Carol de Toni

Deputado Federal Luiz Lima

Deputado Federal Filipe Barros

Deputado Federal Alexandre Ramagem

Vereadora Moana Valadares

Padre Kelmon

Bolsonaro organiza outra manifestação em prol da anistia em 6 de abril, às 14h, na Avenida Paulista.

Manifestações paralelas

As manifestações marcadas para as 14h em outras cidades devem focar no impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas também defender a anistia pelo 8 de Janeiro, conforme informou ao R7 Guilherme Sampaio, coordenador e fundador do movimento Reforma Brasil, que está organizando os atos. Algumas capitais que devem ter atos, além de São Paulo, são Brasília (DF), Maceió (AL), Macapá (AP) e Salvador (BA).

Até a publicação desta reportagem, Sampaio não soube informar quais autoridades compareceriam aos atos, mas explicou que deputados e senadores devem ir aos protestos. Em SP, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deve marcar presença. Bolsonaro estava desestimulando mais manifestações neste domingo em outras cidades a fim de concentrar um grupo maior no Rio.

Um ato convocado para Belo Horizonte (MG), por exemplo, foi cancelado, apesar de ter o apoio do deputado federal Nikolas Ferreira, aliado de Bolsonaro. Há algumas semanas, o parlamentar informou que o protesto não iria mais acontecer.

PL da Anistia

Conforme mostrou o R7, a proposta de anistia aos presos pelo 8 de Janeiro pode ter uma versão mais “branda” a fim de ganhar celeridade e votos na Câmara. Deputados de oposição avaliam uma anistia parcial aos condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Na avaliação dos parlamentares, isso tornaria o texto menos radical. Ao todo, os condenados pelo 8 de Janeiro foram enquadrados em cinco crimes: tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio público.

Conforme o STF, a maioria dos condenados teve as ações classificadas como graves. As penas para esses réus variam de três anos a 17 anos e seis meses de prisão.

A anistia estudada, em vez de total, perdoaria os crimes de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa. A oposição acredita que tais condenações são injustas, pois considera que os atos não foram uma tentativa de golpe de Estado.

Assim, as penas poderiam ser reduzidas e enquadradas apenas em dano qualificado e deterioração de patrimônio. Os condenados pelos atos extremistas então poderiam cumprir as penas em regime semiaberto.

A proposta que livra os condenados pelo 8 de Janeiro tramita na Câmara dos Deputados em uma comissão especial, mas sem qualquer perspectiva de data para ser apreciada. A oposição alega ter votos para aprovar o texto, mas ainda precisa de conjuntura e vontade política para isso.

Desse modo, segundo relataram parlamentares ao R7, as manifestações da direita nas ruas poderiam “acelerar” a tramitação da matéria.

 

R7

 




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