Com pandemia, fechamento de vagas formais atinge mais quem ganha de 1 a 2 salários mínimos

Publicado em: 12/07/2020

                                            Foto: Pilar Olivares/Reuters

 

A pandemia mudou o cenário de criação de vagas no país. Se em 2018 e 2019 o saldo positivo de vagas formais era restrito às faixas salariais de até dois salários mínimos, em 2020, até o mês de maio, esses foram os patamares de salário com maior fechamento de postos de trabalho. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

No acumulado de 2020, do total de 1,145 milhão de vagas fechadas, mais da metade foi na faixa salarial de 1,01 a 1,5 salário mínimo – um total de 635,1 mil postos de trabalho fechados. Essa faixa liderou o saldo de vagas criadas em 2018 e 2019.

Já na faixa de 1,51 a 2 salários mínimos, foram 229,3 mil postos fechados até maio deste ano. Essas duas faixas corresponderam a 75,5% do total de vagas fechadas no ano.

No caso da renda de 0,51 a 1,0 salário mínimo, que ficou na vice-liderança de criação de vagas em 2018 e 2019, foram fechadas mais de 45 mil vagas.

A única faixa salarial com saldo positivo de vagas neste ano foi a de até meio salário mínimo: 24,2 mil vagas criadas.

O comércio e serviços foram os setores que mais fecharam vagas até maio, o que explica o ranking de cargos com maior perda de postos. O setor agropecuário foi o único que registrou saldo positivo de vagas.

Veja abaixo o saldo de vagas em cada setor no ano até maio:

Comércio: -446.584 vagas

Serviços: -442.580 vagas

Construção: -44.647 vagas

Indústria: -236.410 vagas

Não identificado: -84 vagas

Agropecuária: 25.430 vagas

A pandemia também mudou o ranking de ocupações que mais criaram vagas com carteira assinada nos primeiros meses de 2020. A predominância foi nas áreas de saúde, educação e agricultura.

As medidas de restrição e isolamento social para reduzir a velocidade do avanço da doença provocaram a suspensão do funcionamento de serviços considerados não essenciais, o fechamento de boa parte do comércio e também de fábricas.

Ranking de ocupações que mais criaram vagas:

Técnico de Enfermagem: 29.376

Enfermeiro: 15.501

Tratorista Agrícola:12.635

Trabalhador Volante da Agricultura: 12.410

Motorista de Caminhão (Rotas Regionais e Internacionais): 12.301

Trabalhador da Cultura de Café: 9.867

Professor de Nível Superior do Ensino Fundamental (1ª a 4ª Série): 8.389

Auxiliar de Processamento de Fumo: 7.398

Magarefe: 6.582

Trabalhador Agropecuário em Geral: 5.655

Já no ranking de ocupações que mais perderam vagas, vendedor de comércio varejista lidera, com 180.258 postos de trabalho fechados até maio. O quadro também tem relação com a pandemia, que levou ao fechamento de estabelecimentos. Em janeiro, o cargo também liderou o fechamento, com 28,8 mil vagas a menos. Entretanto, essa redução foi motivada principalmente pelo término de contratos temporários para as vendas de Natal.

Ranking de ocupações que mais perderam vagas:

Vendedor de Comércio Varejista: -180.258

Atendente de Lanchonete: -45.170

Auxiliar de Escritório, em Geral: -42.775

Operador de Caixa: -40.682

Cozinheiro Geral: -38.963

Garçom: -34.171

Auxiliar nos Serviços de Alimentação: -33.774

Assistente Administrativo: -33.675

Trabalhador da Cultura de Cana-de-Açúcar: -30.985

Recepcionista, em Geral: -23.385

 

G1

 




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