Ex-governador de MS e filho deixam presídio em Campo Grande após 1 dia

Publicado em: 15/11/2017

Ex-governador de MS deixa presídio menos de 24 horas após a prisão durante a Operação Papiros de Lama (Foto: Ricardo Mello/TV Morena)

O ex-governador André Puccinelli (PMDB) e o filho André Puccinelli Júnior deixaram na tarde desta quarta-feira (15) o Centro de Triagem, no complexo do Presídio do Segurança Máxima de Campo Grande, onde estavam presos desde a noite de terça-feira (14). Eles foram presos durante a 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, denominada Papiros de Lama.

O habeas corpus foi concedido na manhã desta quarta-feira pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).

O advogado de defesa do ex-governador e de Puccinelli Júnior explicou que as medidas cautelares são simples e não será necessário o uso de tornozeleiras.

Puccinelli é apontado pela investigação como chefe de um esquema de propina existente há mais de 10 anos em Mato Grosso do Sul. O montante de desvio comprovado, até o momento, é de R$ 235 milhões, conforme divulgou o delegado da PF, Cléo Mazzotti.

Puccinelli Júnior teria recebido R$ 1,2 milhão da JBS, segundo o delator Ivanildo Miranda, fundamental para a força-tarefa da 5ª fase da Operação Lama Asfáltica. Além disso, o advogado teria vendido milhares de cópias de um dos seus livros de direito para a Águas Guariroba, concessionária de água e esgoto de Campo Grande, por R$ 360 mil. Segundo a investigação, a venda foi simulada para disfarçar a propina.

Mazzotti disse ainda que o ex-governador mantinha as operações com empresas envolvidas na lavagem de dinheiro. Durante o período de varredura dos documentos, o pecuarista Ivanildo da Cunha Miranda teria entrado em contato com a PF para ter o benefício da delação premiada.

De acordo com o delegado, pecuarista confessou ter sido o operador do esquema entre 2006 a 2013 e no ano seguinte teria passado para André Cance. Até 2010, Ivanildo recebia R$ 80 mil por mês e depois os valores subiram para R$ 200 mil mensais.

Também foram presos Jodascil Gonçalves Lopes e João Paulo Calvesque tiveram prisão temporária decretada pelo juiz federal Ney Gustavo Paes de Andrade, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, na última fase da operação.

Além das prisões, o ex-secretário-adjunto de Fazenda André Luiz Cance e os empresários João Amorim, João Baird, Mirched Jafar Júnior, Antonio Cortez e João Mauricio Cance foram levados coercitivamente para depor na sede da Superintendência da Polícia Federal da capital sul-mato-grossense.

Também foram cumpridos mandados em Nioaque e Aquidauana e em São Paulo, além dos 24 de busca e apreensão.

 

G1

 




Faça o seu comentário